ethos Marcial versus ethos Esportivo

Com o processo de globalização/mercantilização de tudo acelerado, não poderia ficar de fora a esportivização e a olimpização de práticas não esportivas como são as artes marciais. Arte marcial tem um ethos diferente do esporte, se interseccionam, mas um não engloba o outro. Atualmente a literatura mais acadêmica, cientificista, tecnomórfica, redutora, anuncia há algum tempo, a morte de práticas marciais, em especial as do oriente. Isto não é verdade, pois em que pese a normose ser esportivização de tudo, sob mando europeu olímpico, artes marciais não esportivizadas sobrevivem e bem, caso de muitas, dentre elas o aikidô, koryu diversos, capoeira mais tradicional, porque existe um universo que o conceito de esporte e sua formatação simplesmente não dá conta. Baseado nisto defendo na tese esta postura, e tento dar as artes marciais o visual que ela merece, e por si só já o possui, sem a necessidade do pódium ou da medalha, são outras coisas em jogo. Autores como Yoshiaki Todo, dentre outros leitores de budô e capoeira me ensinam. Se as cerejeiras atuais são também belas, são resultado de experimentos genéticos para sua melhoração, se diz assim, mas são menos resistentes em comparação as suas primas mais rústicas da montanha. Salve este ethos marcial.

Comentários

  1. Olá Fábio,
    esse processo tem acontecido com todas as práticas corporais. O interessante é que sempre surgem movimentos de resistência. Assim temos a dança criativa e as danças circulares, a ginástica geral, os jogos cooperativos. No caso das artes marciais muitas já nascem segundo princípios diferentes o esporte. Nosso desafio é como resistir ao apelo esportivo. Contudo exemplos não faltam, e a própria experiência tem mostrado a muitos que existem alternativas tão boas ou até melhores do que competir, vencer. a adaptação a outros tempos e culturas parece inevitável, mas vamos tentar cuidar para que os valores centrais e essenciais não se percam. Nosso desafio é grande, mas estamos juntos nessa luta! Abraço!

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  2. Caro Luciano, é verdade, e nem sou mesmo contra as opções que existem, só defendo um ponto de vista que pode parecer com o de muitos, que arte marcial não é esporte, e modernizá-las não é esportivizá-las, ainda que seja uma opção de grupos que seguirão em frente com bom trabalho. A resist~encia existe de forma natural, porque as motivações pra diversas práticas, esportivas ou não, dependem de pessoas, grupos e líderes. Não vejo como muitos de nós também um mal na competição, mas sua exarcebação é inevitável e compromete outros aspectos, e bastantes sutis, e valorosíssimos das aa.mm. Eu somo este grupo de manutenção de valores marciais numa contribuição intelectual, bastante singela, onde pessoas que pensam parecido assim como voce tem muito a contribuir na sua própria pesquisa e prática, parabéns e obrigado pela atenção ao blog. Na verdade podemos criar um menos pessoal chamado teoria e cultura das artes marciais no Brasil, se voce quiser poderia tomar a frente e eu colaboraria!?obrigado, fabio

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